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segunda-feira, 11 de abril de 2011

No princípio, criou Deus os céus e a terra. Gênesis 1:1


Desde o ínicio das coisas Deus tudo fez e esta no controle de tudo. Ele formou a Terra do nada apenas com o poder de sua voz. Somos chamados a levar seu amor a esta terra e não extraterrestres. Somos chamados a levar a Palavra de Deus aos confins desta terra. Os céus proclamam a glória de Deus. Eu creio no Deus Criador, poderoso e soberano sobre toda terra para o séculos dos séculos. Ele é o ínicio o meio e o
Cássio Ferreira de Souza


FONTES DE PESQUISA
Gênesis 1:1
“No princípio, criou Deus os céus e a terra”.

KIDNER, Derek. Gênesis – Introdução e comentário. São Paulo-SP, Vida Nova, 2005. P. 41-42.
ü  Deus e citado 25 vezes no capítulo 1 de gênesis.
ü  No princípio, mostra o tempo de Deus que pode ser empregado no início e no fim. Até no presente. Is 46:10; 48:12. Pv 8:22 revela algo do aspecto concernente e Deus desde o princípio da criação. João 1:1-3 é mais explícito. No novo testamento em diversas partes vai às vezes além dele, adentrando-se na eternidade. (Jo 17:5,24).
ü  Enquanto Deus não falou nada existia.
ü  O sentido “criou” (bārā) vemo-nos outros textos 21,27; 2:4.
ü  Com base no Antigo Testamento como um todo, onde se vê que seu sujeito é invariavelmente Deus, o seu produto pode consistir de coisas (Is 40:26) ou situações (Is 45:7,8) os verbos que lhes são associados são principalmente “fazer” e “formar” (1:26-27; 2:7), e seu sentido preciso varia com o seu contexto, podendo salientar ou o momento inicial de trazer algo à existência (Is 48:3,7 “de repente”, “agora”) ou a paciente obra de aperfeiçoamento de alguma coisa (2:1-4;  Is 65:18).
BEXTER, Sidlow J. Examinai as Escrituras (Gênesis-Josué). São Paulo-SP, Vida Nova, P.35-38.
·         No princípio... Deus – nega o dualismo que indica que duas forças opostas regem a terra.
·         No princípio... Deus – nega o ateísmo com sua doutrina da não-existência de Deus.
·         No princípio... Deus – nega o politeísmo com sua doutrina de muitos deuses.
·         No princípio... Deus – nega o fatalismo com sua doutrina do acaso.
·         No princípio... Deus – nega a evolução com sua doutrina de transformação infinita.
·         Criou Deus os céus e a terra – nega o panteísmo que identifica Deus com o universo.
·         Criou Deus os céus e a terra – nega o materialismo que proclama a eternidade da matéria.
LONGMAN, Tremper III, Como ler Gênesis. São Paulo-SP, Vida Nova, 2009. P.7-125.
·         O primeiro relato narra majestosamente a criação da realidade toda por Deus. Há, contudo, uma ambigüidade bem nos primeiros versículos. Comparar diferentes traduções em português (e prestar atenção nas notas de rodapé) torna óbvia a ambigüidade.
No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia. ARA.
Quando Deus começou a criar os céus e a terra, sendo a terra sem forma e vazia... NVI
A tradição representada pela NVI deixa implícito que uma terra informe estava presente no início dos atos criadores de Deus, ao passo que o texto da ARA e o texto principal da NVI sugerem o que tem denominado “criação a partir do nada” (creatio ex nihilo).
·         A expressão hebraica traduzida por “sem forma e vazia” é tohu vabohu, e gosto de descrevê-la como “a coisa”.
·         É dessa coisa que Deus, com todo cuidado, irá esculpir o mundo em toda sua beleza. De fato, enquanto Deus dá vazão à sua energia na formação dos céus e da terra, devemos imaginar um magnífico artista a trabalhar.
·         Deus apanha a coisa e, a partir dela, dá forma ao mundo como o conhecemos. Faz essa grande obra pelo poder de sua palavra.
PEARLMAN, myer. Através da Bíblia Livro por Livro. São Paulo-SP, Vida, 2005, P.13-14.
·         Esfera de ação: Da criação até a morte de José, abrangendo um período de 2.315 anos, de cerca de 4004 a 1689 antes de Cristo.
SOUZA, Itamir Neves de e MCGEE, John Vernon, Gênesis: comentário bíblico, São Paulo-SP. Trans Mundial, 2007. P.
·         Nos aceitamos as próprias declarações de Deus, quando por meio do salmista nos declara: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabelecestes, que é o homem, que dele te lembres...” (Sl 8.3-4), ou quando aponta: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” (Sl. 19:1).
·         O apóstolo Paulo também diz em Romanos 1:20: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.
·         Hebreus 11:3 afirma: “Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela Palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.”
·         Através dos textos mencionados somos encorajados a aceitar a existência do mundo por meio da fé. Afinal, em Hebreus 11:6, lemos que “... sem fé é impossível agradar a Deus, portanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe...”
·         Este universo que conhecemos, este universo onde vivemos , foi criado por Deus para o seu próprio prazer. Ele resolveu criá-lo, encontrando em sua obra o deleite. Apocalipse 4:11 diz: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criastes, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas. Ora, vemos que Deus criou este universo porque quis. Ele o criou para o seu próprio prazer, por amor. Você pode não gostar do universo, mas o Senhor gosta.
·         Deus nunca disse por que criou este pequeno mundo onde vivemos no meio de um universo tão grandioso, no exato lugar onde ele está. Ele poderia ter colocado a nossa terra em qualquer outra parte, se assim desejasse.
·         Não nos foi perguntado onde queríamos nascer. Alguém perguntou a você se queria nascer onde você nasceu? Certamente não! Se você tivesse a oportunidade de escolher, talvez você tivesse escolhido nascer exatamente onde nasceu. Mas ninguém teve essa oportunidade. Posso afirmar com segurança que este universo onde você e eu vivemos foi criado por Deus para o Seu prazer. Ele achou bom criá-lo e colocá-lo onde está e se deleitou com sua obra.
·         Mas há uma outra razão pela qual Deus criou o universo. Ele o criou para sua própria glória. A criação original, você sabe, declara a glória de Deus. Em Isaías 43:6-7 lemos: “Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra, a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória, e que formei, e fiz.” Assim podemos repetir: Deus criou este universo para a sua glória. Ele o criou e colocou o ser humano habitando na terra para a sua própria glória. Deus quer ter comunhão com o homem e o criou como um agente moral.
·         Quando nos detemos um pouco mais especificamente nas palavras de Gênesis 1:1, na expressão “criou Deus”, encontramos o verbo hebraico “bara”, que significa “criar do nada”. Este verbo tem unicamente Deus como sujeito e sempre se refere a Ele como alguém que produz um resultado novo e imprevisível.
·         Deus tudo maravilhosamente do nada. No primeiro capítulo de Gênesis este verbo é usado apenas três vezes (v.1, 21 e 27), relatando três atos da criação de Deus. No verso 1, temos a criação dos céus e da terra do nada: no princípio, criou Deus os céus e a terra. No verso 21, a criação da vida dos grandes animais marinhos e das aves: criou, pois, Deus os grandes animais marinhos, e todos os seres viventes que rastejam. E, por fim, no verso 27, encontramos o terceiro ato da criação, a vida humana: criou Deus, pois, o homem a sua imagem, a imagem de Deus o criou. Homem e mulher os criou.
MEYER, F.B. Comentário Bíblico – F. B. Meyer. Belo Horizonte-MG, Betânia, 2002. P.13.
·         Princípios. Todos os começos devem principiar com Deus. Ponhamos sempre Deus em primeiro Lugar. A primeira pedra de cada construção, nosso primeiro pensamento todos os dias, os objetivos e propósitos principais de toda atividade devem ser dedicados a Ele.
·         A princípio, como na criação física, nosso coração e vida podem parecer “sem forma e vazios”. Não desanimaremos. O espírito de Deus está dentro de nós, pairando no meio das trevas e, oportunamente sua luz brilhará.
·         Os dias de Deus começam ao entardecer, e terminam sempre ao amanhecer.
COELHO, Filho Isaltino Gomes. O Pentateuco e Sua Contemporaneidade. Rio-RJ, JUERP, 2007. P.25-31.
·         Gênesis é o primeiro livro do Pentateuco. O seu título hebraico é beréshit. A preposição be, sem artigo, encabeça a palavra, seguida “pelo substantivo réshit, começo, princípio, parte inicial’, que é, por sua vez, formado por rost, ‘cabeça’...”.
·         É o livro que narra a história dos começos da humanidade, o começo (singular).
·         O começo da criação, o começo de Israel. É óbvio que a criação é o assunto primeiro e se torna a porta de entrada para começar pela criação é tão obvio que não nos damos conta do que está sendo dito com isto.
·         Já comentamos a expressão “no princípio”. O verbo “criou”, já dissemos, é barah, cujo uso é restrito aos atos de Deus. Sobre esses dois pontos já estamos suficientemente informados. O substantivo usado para Deus é Elohym, forma plural de Eloah. A raiz de ambos é El, provavelmente “ser forte, ser poderoso”. Comentamos, anteriormente, que alguns querem ver aqui uma referência à trindade, pois o sujeito é plural e o verbo é singular. A leitura, nesta ótica, seria “No princípio criou Deuses os céus e a terra”. O argumento, por mais simpático que pareça, é um pouco frágil. A boa exegese bíblica deve ser criteriosa, até mesmo austera, e não ser feita para se conformar à posição doutrinária do exegeta.
·         “A forma ‘elohim, ocorre 2.750 vezes, ao todo, seja no sentido plural (deuses) ou na singular (um deus, Deus). Como regra, os verbos e adjetivos usados com ‘elohim, são singular ou plural em conformidade com o sentido. Provavelmente o plural não significasse originalmente uma pluralidade, mas uma intensificação. Neste caso, ‘elohim poderia significar ‘grande’, ‘o mais alto’, e finalmente ‘apenas’ Deus, isto é, Deus, em geral.”
COELHO, Filho Isaltino Gomes. Gênesis – Bereshîth O livro dos princípios, Rio-RJ, JUERP, 2004, P.15-16.
·         O nome hebraico do livro deriva da sua primeira palavra, Bêreshit (“No princípio”). Reshit, “princípio”, significa, literalmente, “cabeça”. O livro é o princípio e a cabeça de toda a revelação. O titulo português, “Gênesis”, vem do grego Geneseos, que significa “nascimento”. A visão é que o livro narra o princípio do mundo e de Israel, o nascimento do mundo e de Israel. Seu objetivo é mostrar o lugar especial de Israel no mundo, o que se delineia na segunda parte.
·         “Deus criou”. Este é o primeiro ato divino de que a Bíblia fala. O texto hebraico traz o verbo barah. Não significa “criar do nada” como alguns dizem. Em 1:27, este mesmo verbo é usado para a criação do homem, que foi criado de material existente . é, na realidade, um verbo reservado exclusivamente, à ação criadora de Deus. Barah não significa criar do nada, mas se aplica à ação divina. No início de tudo ele criou os céus e a terra. “Deus”, aqui, é Elohim forma plural de Elôah, um singular que surge em linguagem poética. Sua raiz é El, provavelmente “ser forte; ser poderoso”. Elohim é usado em várias passagens como nome comum de Deus e não significa, necessariamente a trindade como muitos afirmam (não se está negando a trindade, mas dizendo que baseá-la aqui, neste nome, e neste contexto, é dar-lhe base precária).
BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. São Paulo-SP, Editora Vida, 2008. P.155-156.
·         A sugestão de que Gênesis provém da mitologia acadiana ou sumeriana mostra somente como a recusa de aceitar a revelação leva o ser humano à insensatez. Não se faz sugestão alguma acerca de como todo o politeísmo grosseiro foi eliminado de poemas e do como, no processo, foi estabelecida numa ordem de criação, singular na literatura antiga e não imaginada por ninguém fora da tradição hebraica até tempos modernos. Não sabemos a quem a revelação foi dada. Se preenchermos a lacuna com o nome de Moisés é porque não sabemos de nenhum outro mais adequado.
·         Também é impossível dizer se a revelação foi puramente verbal ou principalmente visual. Há muito a favor do segundo ponto de vista, o que poderia significar que sete dias foram dias de revelação, mas precisamos insistir em que esse ponto de vista, como qualquer outro, não pode ser provado.
·         O capítulo começa com a simples afirmação: “No princípio Deus criou (bara) os céus e a terra”. Como em Jo 1:1, não há artigo definido antes de “princípio”; a revelação se ocupa somente com este mundo e com todo o espaço que está estreitamente ligado a ele, “os céus e a terra”. Embora obviamente devamos deduzir que tudo o que foi criado antes, como os seres angelicais, foi igualmente obra exclusiva de Deus, a história, como toda a Bíblia, se limita à área da experiência e atividade humanas. (Dt 32:8).
·         A tradução proposta pelas versões modernas remonta aos comentaristas judeus medievais e é gramaticalmente possível que um capítulo escrito num estilo tão bem elaborado como o de Gn 1 começasse com uma frase tão confusa.
·         O verbo traduzido por bara, que ocorre 44 vezes no AT, é usado somente para a atividade de Deus e denota “a produção de algo fundamentalmente novo, por meio da ação de um poder criador soberano, transcendendo completamente o poder que o homem possui”; ele contém “tanto a idéia de total falta de esforço quanto a de creatio ex nihilo, visto que nunca está relacionado a nenhuma menção do material”. Esse verbo é usado em 1:21,27 acerca da introdução de um novo principio na obra da criação.
·         Embora o versículo de abertura possa ter a intenção de introduzir a narrativa como um todo, é mais provável que se refira ao começo o processo criativo.
WHITCOMB, John C. A terra de Onde Veio? São José dos Campos-SP: Fiel, 1992. P.15
·         Assim, quando Deus criou “os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há” (Êx 20:11; 31:17; Ne 9:6), Ele os fez sem utilizar-se de qualquer material preexistente. Em dado momento não havia substância física alguma; no momento seguinte passaram a existir os céus e a terra. Os teólogos chamam a isto creatio ex nihilo (criação do nada), expressão adequada de compreendermos que as entidades físicas foram criadas a partir dos recursos não físicos da onipotência de Deus.
·         A terra primitiva, conforme seria vista do espaço, antes do grande dilúvio, era bastante diferente de sua atual aparência. Em primeiro lugar, ela seria ainda muito mais colorida do que é agora, porquanto não haveria qualquer toldo de nuvens para obscurecer o azul brilhante dos oceanos. Em segundo lugar, não haveria extremidades brancas nos pólos nem o marrom-avermelhado das regiões desérticas, pois uma espessa vegetação verde cobria quase todas as áreas de terra, mesmo nas regiões polares (espessos depósitos de carvão vegetal foram descobertos nas montanhas da Antártida). Em terceiro lugar, é provável que os continentes fossem bem diferentes em formato e localização. Algumas regiões que agora estão muito acima do nível do mar já estiveram encobertas pelos oceanos.
·         Muitos estudiosos da Bíblia crêem ter havido apenas uma grande massa de terra, cercada pelo mar, antes do dilúvio, porque, de cada espécie de animal, um par caminhou até a arca de Noé (Gn 6:20; 7:8). Também é possível, contudo, se Havia mais de um continente, que representantes de todos os tipos de animais vivos estivessem vivendo no continente onde a arca foi construída.
ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo-SP: Vida,2007. P.25.
·         A SOBERANIA DE DEUS. A afirmação inicial da Bíblia apresenta Deus como a “causa primeira” soberana de todas as coisas. Sua existência é admitida como a fundação incontestável de toda a verdade, não se fazendo necessário apresentar provas dela, pois nesse particular ninguém teria autoridade suficiente para julgar o assunto. Quem assim proceder declara-se tolo (Sl 14). Como Criador soberano, ele não dá satisfação a ninguém, mas exige respeito e obediência de todos os seus súditos. Ele nada revela acerca de sua origem ou passado, mas simplesmente surge da eternidade misteriosa para iniciar sua obra de criação. Como criador, é chamado de “elohim” no capítulo 1 enfatizando sua grandeza ou plenitude, bem como sugerindo a Trindade. Sua soberania é a grande tônica do livro.
DICIONÁRIO TEOLÓGICO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO
·         Re’shit. Primeiro, princípio, escolhido, melhor (de um grupo).  Substantivo feminino derivado da raiz ro’sh, aparece 50 vezes em praticamente todas as partes do AT. O significado básico é o “primeiro” ou “início” de uma série. Esse termo pode referir-se ao início de uma série de acontecimentos históricos (Gn 10:10; Jr 26:1). Mas também designa uma condição básica ou necessária, como é o caso da reverência a, ou temor de Deus (Sl 111:10; Pv 1:7), e o início, em contraste com os resultados de uma vida (Jó 8:7; 42:12). É empregado freqüentemente no sentido especial de “escolhidos” ou “melhor” de um grupo ou categoria de coisas particularmente com referência a itens que devem ser separados para o Serviço o sacrifícios divinos. Desse modo faz-se distinção entre as “primícias” (Lv 2:12;23:10; Ne 12:44) e o melhor (“primícias” Nm 18:12).
Usos difíceis do termo ocorrem em diversas passagens. Em Deuteronômio 33:21 a IBB traduz por “primeira parte”; a ARA, porém, traz “melhor parte”, tradução que se deve preferir. Em Daniel 11:41 a PIB traz “a parte melhor de Amom”, a MM, a “a maioria dos Amonitas”, a ARA, “as primícias dos filhos de Amom”; a tradução mais próxima do sentido provável é: “os melhores entre os Amonitas”. O uso mais importante de re’shît no AT ocorre em Gênesis 1:1, em que é empregado em conjunto com a preposição proclítica. Esse uso de contemporâneos têm procurado ler a frase como “quando...” em vez de “no princípio”, como fazem diversas traduções modernas. A principal justificativa apresentada na atualidade em favor dessa interpretação é relacionar a frase com enuma elish, expressão que principia o épico babilônico da criação. Entretanto, não há fundamento para relacionar os dois diferentes termos, um em hebraico e o outro em babilônico. Pode-se deduzir a correta interpretação de re’shît a partir das outras ocorrências e do testemunho de todas as versões antigas. O NT (Jo 1:1) copia o Hebraico e acompanha fielmente a LXX em sua tradução de Gênesis a primeira frase do AT. O emprego dessa raiz não deixa margem a dúvidas de que Gênesis 1:1, começa com o ato primeiro e inicial da criação do cosmos.
·         Bara’: criar, fazer, criador (qal); escolher, cortar, despachar (piel); ser criado, ser feito (nifal).
A raiz bara’ tem o sentido básico de “criar”. É diferente de yatsar, “modelar”. Pois este enfatiza principalmente o ato de dar forma a um objeto enquanto bara’ enfatiza o início do objeto.
A questão do significado da raiz bara’ é complicada pelo fato do sentido que o piel tem de “cortar” (Jr 17:15,18; Ez 23:47). Este sentido também pode ser obtido no uso da palavra em Ezequiel 21:19 [24] (onde não há necessidade de que o termo tenha a conotação de esculpir um marco indicador, pois pode significar apenas o ato de cortar um ramo ou um arbusto como marco indicador). Se este sentido está de acordo com a forma concreta do qual, a palavra pode significar “formar”, “modelar”, no sentido de esculpir ou cortar. Todavia, é possível que a forma do piel possa representar uma raiz inteiramente diferente. O KB presume uma segunda raiz com o sentido do piel, “cortar”. O thot segue o KB afirmando que há uma raiz usada no sentido básico de “separar”, “dividir”. Isto explicaria os usos do piel, mas, como freqüentemente é o caso, não e decisivo para explicar a nuança do sentido “criar” no qal. E, visto que a palavra é usada neste sentido tão distinto no qal, é melhor considerar o sentido da raiz apenas com a base no uso dela.  
A palavra é usada no qal somente com a referência à atividade de Deus, sendo, portanto, termo puramente teológico. Este uso distinto da palavra é especialmente apropriado ao conceito de criação por meio do fiat divino.
A raiz bara’ denota o conceito de “iniciar alguma coisa nova”, em um certo número de passagens. Em Isaias 41:20, a raiz é usada com respeito às mudanças que se darão na restauração, quando Deus torna efetivo aquilo que é novo e diferente. É usada com respeito à criação de coisas novas (hadashot) em Isaías 48:6-7 e à criação de novos céus e nova terra (Is 65:17). Maravilhas nunca antes vistas são descritas por estas palavras (Êx 34:10). Jeremias utiliza  termo, referindo-se a uma mudança fundamental que ocorrerá na ordem natural (Jr 31:22). O salmista orou para que Deus criasse nele um novo coração puro (Sl 51:10 [12]) e acrescentou a isto a petição de que Deus pusesse nele um novo espírito (Nm 16:30; Is 4:5; 65:18).
A palavra também possui o sentido de “trazer à existência” em várias passagens (Is 43:1; Ez 21:30 [35]; 28:13,15).
Não é surpreendente que esta palavra, com sua ênfase distintiva, sejam usadas de modo mais freqüente para descrever a criação do universo e dos fenômenos naturais (Gn 1:1, 21,27; 2:3). Os usos do termo neste sentido apresentam uma teologia bem definida. A magnitude do poder de Deus é exemplificada na criação. Isto tem implicações para os fracos (Is 40:26; vv. 27-31) e para o desenrolar dos propósitos de Deus na história (Is 42:5; 45:12). A criação mostra a majestade (Am 4:13), a ordem (Is 45:18) e a soberania (Sl 89:12 [13]) de Deus. Antropologicamente, a criação do homem é um apelo pela unidade em Malaquias 2:10. O homem é visto como criado em vão em Salmos 89:47.
O THAT argumenta que esta palavra é usada somente no documento “p” e em literatura posterior. Naturalmente, este ponto de vista só pode ser sustentado se os documentos forem divididos e datados posteriormente.
A limitação deste mundo com respeito à atividade divina indica que o campo semântico delineado pela raiz ultrapassa a esfera da capacidade humana. Visto que a palavra nunca ocorre com o objeto de material e visto que a ênfase principal da palavra recai sobre a novidade do criado, o termo empresta-se bem ao conceito de criação ex nihilo, embora tal conceito não seja necessariamente inerente ao sentido da Palavra.
Brî’â. Algo novo. A palavra denota algo novo ou extraordinário (Nm 16:30). Reflete, portanto, um sentido básico da raiz bara’ (Êx 34:10, Is 48:6; Jr 31:22).
·          ‘elohîm. deuses, Deus, juízes, anjos.
Às vezes as várias traduções trazem o termo de modo diferente em um mesmo versículo. Esta palavra, geralmente vista como plural de ‘eloah, é muito mais encontrada nas Escrituras do que ‘el e ‘eloah em referência ao verdadeiro Deus. A terminação plural é normalmente descrita como plural de majestade, não tendo a intenção de ser um plural comum quando usado para se referir a Deus. Isto pode ser visto no fato de que o nome ‘elohîm é coerentemente usado com o verbo no singular, bem como com adjetivos e pronomes também no singular.
Albright sugeriu que o uso deste plural de majestade procede da tendência no antigo Oriente Próximo a um universalismo: “Encontramos no cananeu uma tendência crescente de empregar  plural Ashtorôt, ‘astartes’, e Anatôt, ‘anaths’, no sentido claro de tonalidade de manifestação da divindade”. Contudo, uma razão melhor pode ser vista nas próprias Escrituras, onde, já no primeiro capítulo de Gênesis, é encontrada a necessidade de um termo que comunique a unidade de um Deus único e, ainda assim, permita uma pluralidade de pessoas (Gn 1:2,26). Isto é posteriormente apoiado pelo fato de que a forma ‘elohîm ocorre apenas no hebraico e em nenhuma outra língua semítica, nem mesmo no aramaico bíblico.
O termo ocorre no sentido geral de divindade 2.570 vezes nas Escrituras. Apesar disso, conforme indicou, é difícil detectar algumas discrepância quanto ao uso entre as formas ‘el, eloah e elohim nas Escrituras.
Quando se refere ao verdadeiro Deus, ‘elohim funciona como sujeito de toda atividade dividida revelada ao homem e como objeto de todo temor e reverência genuínos por parte do homem. Quase sempre ‘elohim aparece acompanhado pelo nome pessoal de Deus, Iavé (Gn 2:4-5; Êx 34:23; Sl 68:18-19).


JOSÉ, Paulo de Oliveira. Uma Sinfonia Para a Vida. São Paulo-SP: ABU,1994. P.29-30.
·         Um universo intencional- A primeira coisa que podemos aprender é que a Natureza não é o resultado de processos aleatórios que operam ao acaso, mas que ela existe por causa de uma decisão de Deus. Esta verdade está expressa logo na primeira frase do capítulo: “no princípio criou Deus os céus e a terra” e pelas sete vezes em que aparece a expressão queira significar literalmente que Deus se dirigiu a alguém, mas devemos entender que a expressão significa que Deus pensou em sua mente acerca das sete coisas a que a expressão é aplicada. É o pensar de Deus que traz à existência as sucessivas etapas da criação.
·         Podemos estabelecer um paralelo esclarecedor, considerando como exemplo os três verbos hebraicos raah, hibbit e hazah, que significam “ele percebeu com o olho”, e que são também usadas figuradamente no sentido de percepção intelectual, como pode ser claramente visto em muitas passagens bíblicas – Gn 29:2; Ec 1:16; 1 Rs 26:19; Gn 18:1. Todas estas passagens referem-se à percepção intelectual e de forma alguma podem ser entendidas no sentido literal de “percepção com o olho”, não apenas porque o olho só é capaz de perceber objetos corpóreos e determinadas propriedades a eles ligadas como cor e forma, mas também porque a interpretação literal exigiria que Deus percebesse as coisas através de um órgão corpóreo como o olho. Por causa disto podemos afirmar, com segurança, algumas coisas importantes e fundamentais: 1- a natureza é intencional, é uma obra deliberada. Logo, ela faz sentido e tem um propósito, por mais difícil que seja perceber isso. 2- a natureza é a expressão da vontade de Deus. 3- a natureza é revestida da racionalidade, já que é resultado do pensar de Deus.
·         É interessante notar que o texto é absolutamente omisso quanto à origem dos materiais e da energia que Deus utilizou para criar o universo, de modo que, somente à luz das Escrituras, é impossível afirmar qualquer coisa contra ou a favor da hipótese da criação a partir do nada. Não devemos nos surpreender sobre este fato: isto não interessa ao autor bíblico. O que lhe interessa é afirmar, sem margem a dúvidas, que o universo é intencional e é o resultado do agir de Deus.

·         A potestade e majestade de Deus na obra da criação
Existe qualquer coisa particularmente notável na maneira como o Espírito Santo abre este livro sublime. Ele apresenta-nos, imediatamente, a Deus, na plenitude essencial do Seu ser e no isolamento da Sua atuação. Toda a matéria preliminar é dispensada. É a Deus que somos trazidos. Ouvimo-lo, de fato, quebrando o silêncio e brilhando sobre as trevas da terra com o propósito de fomentar um globo no qual pudesse mostrar o Seu poder eterno e a Sua Divindade.
Não há nada aqui em que vã curiosidade possa alimentar-se nada em que a pobre mente humana possa fazer especulação. Existe a perfeição e realidade da verdade divina no seu poder moral para atuar sobre o coração e o entendimento. Nunca poderia estar dentro do alcance do Espírito de Deus satisfazer a vã curiosidade apresentando teorias curiosas.
Os geólogos podem explorar as entranhas da terra e extrair delas matérias donde podem tirar conclusões para ajuntar e, nalguns casos, contradizem o relato divino. Podem especular com os restos de fosseis; porém, o discípulo do Senhor agarra-se , com santo prazer, às páginas inpiradas: lê, crê e adora a Deus. Possamos nós, neste espírito, prosseguir o estudo do livro profundo que temos agora aberto.
A primeira frase do Cânon divino coloca-nos na presença d’aquele que é a origem infinita de toda a verdadeira bem-aventurança. Não há argumento elaborado em prova da existência de Deus. O Espírito Santo não trata de nada dessa espécie. Deus revela-se a si. Faz-se conhecer pelas suas obras. (Sl 19:1; 145:10; Ap 15:3).
Ninguém, a não ser um infiel ou um ateu, procuraria um argumento para provar a existência de um que, pela palavra da sua boca, chamou os mundos à existência e se revelou a si mesmo como o Deus todo-poderoso e eterno.
Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.
Marcos 13 : 31
O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.
Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar.



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